Especialista explica quando o hábito pode se tornar uma doença

O primeiro dia de abril é famoso por celebrar o Dia da Mentira, que, para muitos, é visto como uma brincadeira, mas é preciso ficar atento quando o ato se torna corriqueiro. “Mentir sempre traz complicações, além de remeter a pessoa a um estado de fantasia constante. A etapa mais crítica é quando a pessoa cria um personagem e acredita nessa ficção. Isso acontece muito, principalmente via internet, pois nela podemos nos camuflar, incorporar características de qualquer outra pessoa, acreditando ser ela”, explica a psicóloga Sônia Eustáquia.

Pessoas mentem por diferentes motivos. “Alguns mentem por medo, outros por insegurança ou por vergonha. Há também quem conte lorotas por compulsão, fator que, segundo Bez, apresenta uma necessidade patológica, o que necessita de ajuda especializada”, alerta.

Quem mente mais?

Estudos revelam que homens tendem a mentir muito mais que as mulheres. A necessidade de autoafirmação estaria no comando das fabulações contadas. Por isso, a necessidade de arvorar vantagens e de se vangloriar de algum feito. No caso das mulheres, elas usariam da mentira para situações rotineiras, principalmente quando o assunto é referente ao corpo e à aparência. “Falar a verdade é sempre o melhor, por mais difícil que seja, pois além de ser menos desgastante, com ela, não existem contradições já que poupamos nosso lado psicointelectual com a elaboração de história”, observa Sônia.

Outro ponto importante é saber diferenciar o mentiroso comum de quem tem mitomania — o nome dado ao quadro de mentira patológica ou compulsiva. “No segundo caso, a pessoa mente de forma repetida, o que interfere no seu julgamento racional sobre as situações e causa prejuízos profissionais e, principalmente, na área familiar e social” , completa.

Contudo, a psicoterapia é a abordagem mais efetiva para o tratamento da mitomania. “O objetivo do trabalho psicoterápico é de ajudar o indivíduo a desenvolver novos repertórios, reforçando relatos verdadeiros e ignorando os falsos”, finaliza a especialista.

Fonte: Sônia Eustáquia é graduada em Psicologia, Psicanalista, pós-graduada em Neuropsicologia, Sexualidade Humana e Docência do Ensino Superior, a psicóloga Sônia Eustáquia atende em Belo Horizonte promovendo saúde e qualidade de vida aos seus pacientes. Tem formação em Terapia Ericksoniana, especializada no Atendimento Breve individual e de casais, colunista em Revistas e Rádios, Professora e Palestrante.

Foto: Divulgação


atualizado em 13/04/2022 - 10:35

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